Violência e Alfabetização
- Maurício Mafra
- 15 de nov. de 2017
- 2 min de leitura
Recentemente tive conhecimento do artigo Hire that reading Czar, da professora Marjorie Gillis, no The New York Times. Este artigo, um pouco antigo, mostra que falhas na alfabetização infantil pode levar à resultados catastróficos para os estudantes. Ele mostra que podemos quantificar os criminosos presos apenas avaliando a leitura das crianças pequenas, ou seja, caso o nível de leitura seja fraco o número de criminosos deve ser alto. Evidentemente que tal afirmação é um choque, por isso vamos tentar avaliar se tal afirmação está correta ou não.
O acesso à leitura acontece por meio da alfabetização, ou seja, alguém, geralmente um professor, te ensina o passo a passo da leitura. O nível de leitura é correspondente aos métodos de ensino-aprendizagem que foram usado, levando o aluno a ter um alto ou baixo desempenho a partir desses métodos. Se os métodos empregados forem bons teremos pessoas que saberão ler com qualidade e profundidade, caso contrário o aluno só encontrará o tédio nas leituras ou terá baixa capacidade de compreensão do texto. Um aluno com a capacidade de leitura mais profunda terá uma probabilidade maior de gostar de diversos assuntos, como mecânica automobilística e metafísica, por exemplo, levando-o a ter um maior repertório de assuntos. Esse repertório servirá como baliza na hora de resolver seus problemas diários. Em contrapartida, um leitor fraco não entendo o que lê não se sentirá a vontade em pegar assuntos mais complexos, limitando seu intelecto e suas possibilidade de resolver os problemas, restando apenas a força em suas ações.
Em outras palavras, o aluno que lê mais e melhor é capaz de resolver os problemas só recorrendo a sua mente, pois obtém do seu intelecto a resoluções dos problemas que encontrou nos livros que leu ou possuirá as linhas de raciocínio para resolver os problemas ímpares. Já os alunos que lêem menos terá que recorrer para outros métodos para resolver seus conflitos, e não conseguindo raciocinar ou não possuindo uma bagagem intelectual tenderá a resolver os problemas fisicamente/emocionalmente, por isso crianças pequenas sempre brigam, mordem ou usam a força em vez de dialogar, além de xingar e apelar a terceiros para resolver seus problemas.
Ora, se somos seres racionais, precisamos usar essa racionalidade no nosso dia-a-dia. Quanto menor o poder de raciocínio menor nossa humanidade, por assim dizer, levando-nos a sermos mais agressivos. Essa agressividade não sendo contida desde a infância por meio de uma boa alfabetização, e como a autora do artigo propõe, conduzirá nosso aluno à criminalidade.
Segundo Marjorie, se não melhorarmos o nível de leitura entre os jovens poderemos estar negligenciando a possibilidade deles se tornarem potenciais criminosos, justamente por não conseguirem resolver seus problemas por meio de uma racionalização e avaliação, recorrerão, na maioria das vezes, ao crime ou a agressividade.
Assim a leitura é um canal de descobertas, por meio dele que poderemos resolver os problemas diários sem muita dificuldade, pois neles estarão ilustradas as soluções ou as possibilidades de raciocínio. Exemplo mais trivial é a literatura, nela temos personagens que ao fazerem determinadas ações são recompensados ou condenados, tal ideário constituirá na mente do leitor suas possibilidades, raciocínios e consequências, e, portanto, fá-lo-á mais racional.

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