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Resenhas #1 - Da Monarquia, Dante Alighieri

  • Foto do escritor: Maurício Mafra
    Maurício Mafra
  • 7 de ago. de 2020
  • 2 min de leitura

A defesa da Monarquia temporal, ou Império, por Dante Alighieri se dá em um ambiente político bem agitado, a disputa entre os Guelfos e Gibelinos, os Guelfos apoiavam o poder papal, enquanto os Gibelinos o Sacro Império. Acontece que os Guelfos vencem os Gibelinos e dentre os Guelfos surge uma nova divisão, entre os brancos, moderados, e o negros, os radicais. Dante participava dos Guelfos Brancos, e com a vitória inicial dos radicais ele vai para o exílio e formula, antes da sua morte, esse tratado político que é uma verdadeira obra prima.


O livro é posto como um tratado lógico, estilo escolástico, onde o Dante tenta por sua visão moderada, onde entre em comunhão a visão Católica e a Imperial, que estavam em conflito.


O livro é divido em 3 partes, a primeira trata da "Necessidade da monarquia", a segunda de "Como o povo romano obteve legitimamente o ofício da monarquia" e a terceira de "O encarregado da monarquia depende imediatamente de Deus".


Temos aqui duas questões importantes, primeiro que o autor lutou pelo papado contra a monarquia que se instalava em Florença, e depois da vitória os partidários se tornaram radicais a ponto de querer que o próprio Papa fosse-lhes o novo Imperador, não concordando com isso ele foi exilado. A segunda é que ele defende que o Monarca responde direto à Deus mas que deve obedecer à Igreja, pois esta é o próprio Corpo de Cristo. Este é o impasse, como fazer com que O Monarca seja "livre" do poder Papal sem que este não lhe dê as costas?


Argumentos:

1º- Sobre a necessidade do Império, o argumento central é que o homem está inclinado à sabedoria e que para isto é necessário paz, naturalmente para haver paz é preciso que só um comande, uma só cabeça, por isso é preciso que haja alguém acima dos demais que acabem com as brigas e promova a paz, daí a necessidade de um Monarca.


2º- Deus se fez homem durante o único momento onde havia um governo descente, sobre o Império Romano, Jesus quis ser registrado sobre os auspícios daquele Império e morrer pelas ordens dele também. Por isso o Império Romano era bom e deveria ser restaurado, não o Germânico que era dos Guibelinos.


3º- Como o Império Romano era bom e veio antes de Jesus e seus apóstolos, ela não necessariamente lhe deveria ser comandada pela Igreja que Cristo fundou na pessoa de Pedro, então seus sucessores, os Papas, não tinham poder temporal, apenas espiritual. Portanto, o Império obedecia diretamente à Deus e o Papa tinha o poder de desligar o Monarca, mas não de impedir as competências do mesmo, entenda-se os poderes legislativos.


Conclusão: O Monarca é necessário para o bem andar da sociedade, por dois motivos, o primeiro é que naturalmente só um comanda e segundo que Deus se fez homem em um Império e não em uma República ou Democracia. Dessa forma o poder temporal está ligada ao Monarca, e este obedeceria direto à Deus. O Papa com o poder espiritual tem o poder sobre o rebanho de Cristo, que incluirá o próprio Monarca, mas este não pode e não deve interferir politicamente nos reinados.


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Trabalho realizado por iniciativa própria.  2017

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