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Reconhecendo e melhorando funções cognitivas deficientes(II-III)

  • Foto do escritor: Maurício Mafra
    Maurício Mafra
  • 24 de out. de 2017
  • 4 min de leitura

Atualizado: 30 de mar. de 2020


A fase de elaboração corresponde as diferentes execuções do pensamento. Nesta fase temos as organizações dos dados coletados em grupos para que sejam analisados, comparados, criadas as conexões, resumidas, codificadas ou decodificadas e tirarmos nossas conclusões. Tal fase é a mais complexa e demanda uma preparação especial do mediador, pois é ele quem irá guiar o aluno para extrair a realidade. Temos dez deficiências relacionadas a este estágio.

1º - Reconhecimento e definição da existência de um problema: Esse problema ocorre pela não observação de problemas reais, ou seja, o aluno não consegue saber que determinadas coisas são realmente problemas a serem solucionados, p. ex. um professor chega e avisa que Plutão não é mais um planeta, isso mostra que há perguntas para serem respondidas. Tal afirmação deve sempre ser motivo de perguntas como, por que Plutão não é mais considerado planeta? O que é um planeta? O que ele é agora? São perguntas que devem surgir ao ser feito uma pergunta. As crianças passam por essa fase, contudo, mesmo os velhos possuem questões não respondidas que são cruciais para ele, mas por deficiência não se sente capaz de perguntar ou não se sente estimulado a fazer tais perguntas. No final se trata de uma falta de curiosidade na hora da elaboração.

2º - Não distinção entre dados relevantes e irrelevantes: Para que se distingua os dados relevantes e irrelevante é necessário o uso de suposições, com o intuito de haver o pensamento hipotético. Há uma forte relação com as fases de entradas, pois elas que irão filtrar essas informações, mas aqui será necessário exaurir as possibilidades e pensá-las de forma crítica, colocando o estímulo no tempo e espaço.

3º - Percepção episódica da realidade: Temos aqui a relação única entre os vários eventos distintos. Ou seja, o aluno não consegue conectar eventos e organizá-los de forma coerente. Todo evento, produto e objeto é percebido de forma única, episódica. Um aluno com essa percepção não consegue manter relações entre os estímulos e os eventos. Como todo evento é percebido como único sem continuidade, a pessoa não consegue derivar as lições que por sua vez não permitirão concluir o assunto.

4º - Falta de comportamento comparativo espontâneo: Acontece aqui uma debilidade no ato de comparar dois eventos, objetos ou duas imagens parecidas. Caso um cenário desse seja bem sucedido não garante que os demais também o sejam, por isso é necessário observar as comparações espontâneas dos alunos. Por exemplo, ao pedir para um aluno escolhe entre duas fatias do mesmo bolo, ele provavelmente irá escolher a fatia maior, dando assim uma ação espontânea de comparação, é preciso ver se o aluno consegue comparar bem as coisas rapidamente, pois eventos simples precisam ser passados adiante rapidamente.

5º - Campo mental estreito: Neste caso acontece o seguinte, a pessoa não consegue lidar com informações da memória e que está acabando de receber, ou seja, ela, ao apreender algo, acaba esquecendo o que sabia e quando lembra do que sabia acaba por não saber mais o que estava aprendendo. Decorre pela falta de consciência periférica, levando-a a não estar ciente das experiências de foco e na periferia.

6º - Falta de comportamento de planejamento: Subentende-se que planejar é uma relação temporal e espacial à longo prazo. Tal deficiência pode decorrer de ambientes extremamente severas, como o Holocausto, onde pensar em um futuro hipotético é inconcebível. Porém o defeito estrutural cognitivo leva o aprendiz a não conseguir ver um futuro, e, portanto, não trabalhar de forma a apreender novas coisas para os problemas que ele presencia.

7º - Falta de comportamento somativo: Essa deficiência decorre pelo fato dos alunos não conseguirem somar os eventos de mesmo padrão, como por exemplo, ao pedir uma criança que conte a quantidade de bolos de cenoura e de chocolate que têm na mesa, ela conte uma por uma, não agrupando-os em suas respectivas categorias ou grupos, o que leva-os a nunca fazerem uma síntese do que foi apreendido.

8º - Inabilidade de projetar relações virtuais: Aqui o aluno não consegue realizar operações de ordem superior, à uma distância maior dos objetos. Essa ordem superior se refere não a distância física, mas sim mental. Pense, por exemplo, na observação de uma árvore, o objeto mais próximo é a árvore completa, distanciar seria aprofundar como saber que espécie ela pertence, saber seus sistemas de reprodução, composição do solo e do clima que permite tal planta consiga viver no local observado, etc. Esse tipo de abstração são as relações virtuais, e o aluno com tal deficiência não possui a capacidade de projetar esses questionamentos.

9º - Dificuldade de interiorização: Essa dificuldade é a deficiência em usar os princípios que foram tirados de sua experiência, que são em sua maioria estímulos emocionais. Tais problemas causam disfunções em interiorizar esses estímulos sejam positivos ou negativos. Em crianças normais algumas coisas como recompensas devido ao comportamento são adiadas caso essas gratificações possam ser melhoradas em um futuro, porém crianças que sofram desse mal não conseguem adiar ou rejeitar essas recompensas. Tal comportamento leva a criança à precisar de estímulos para perceber determinadas propriedades.

10º - Falta de necessidade de justificar soluções ou respostas: Por último temos o problema de não precisar justificar as soluções. O aprendiz que capturou as informações na fase de entrada precisa agora elaborá-las para que façam sentido. Uma vez feita a elaboração e ele proporciona uma solução ele não vê uma necessidade de buscar uma forma alternativa de responder a mesma pergunta, isto é, a falta de olhar o objeto em diversos ângulos leva o aluno a possuir apenas uma explicação, aquilo irá produzir uma imagem apenas, e, provavelmente, não será revivida mais. Caso seja necessário a memória será usada e não as estruturas cognitivas para melhor adaptar as novas situações.

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Trabalho realizado por iniciativa própria.  2017

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