III-Jean-Jacques Rousseau
- Maurício Mafra
- 18 de nov. de 2017
- 3 min de leitura
A situação política em que viveu Rousseau (1712-1778) é um dos mais conturbados da história mundial. Como todos devem estar lembrados ele viveu um pouco antes de acontecer a Revolução Francesa. Foi autor de três livros que mudaria tanto as perspectivas da política mundial como da educação, me refiro ao Do contrato social, Origem da desigualdade entre os homens e Émile. Tais livros abalaram sistematicamente as idéias circulantes em voga, culminando então em um fervilhado culto à razão matemática para explicar o universo. Seria o rompimento com as tradições medievais e distanciamento do humanismo que ainda tinha boas ligações religiosas. Além de serem otimistas, crêem que possuem as respostas de todos os problemas da época, tal fato foi visto em 1889.
A máxima de Rousseau é "o homem nasce o bom, a sociedade que o corrompe". O que ele propôs foi a volta à vida rural, um modo simples de se viver, onde a vida da aldeia é tranquila e cheia de paz. Tal concepção leva a construir raízes na terra onde se vive, constrói ideais mais familiares, consequentemente menos burocráticos. Assim a educação deveria ter no centro a família e intenção da criança, pois são eles que sabem o que é essencial aprender e a criança irá perceber o mundo absorvendo o que melhor lhe agradar.
"O selvagem e o homem civilizado diferem tanto no fundo de seus corações e em suas inclinações que aquilo que constitui a suprema felicidade de um levaria o outro ao desespero."
O progressismo é uma percepção de que o indivíduo sabe o que é melhor para ele e só assim haverá progresso real, onde as imposições sociais, culturais, dogmas, etc., só irá corrompe-lo, cria-se assim as bases dessa idéia. Então o professor deve apenas comunicar as informações para excitar a curiosidade do aluno, esse por sua vez irá formar, por padrões naturais, seus ideais. Logo a educação é um processo interno, que não tem como um ser externo impor padrões.
"Diante deles [os alunos], falai com ternura da raça humana, até mesmo com piedade, mas nunca com desprezo. Homem, não desonreis o homem."
Segundo Rousseau há quatro estágios de aprendizagem. O primeiro estágio, de 0 à 5 anos, a criança deve apenas fortalecer o corpo, evitando qualquer atividade racional. O segundo estágio, dos 5 aos 12 anos, a criança já começa a ter consciência de sua identidade, deve-se reprimir o conhecimento livresco, e o professor não deve raciocinar pelo jovem, deixando-os aprenderem a partir da experiência. Terceiro estágio, dos 12 aos 15 anos, o jovem já possui total racionalidade, recomenda-se aplicar textos de ciências como Astronomia e agricultura, encorajando-os em atividades manuais, e tudo que não possui valor para o indivíduo deve ser descartado. Por último temos o estágio social, dos 15 aos 20 anos, onde o jovem torna-se adulto e irá se interessar por Deus e pelo sexo oposto, portanto ensinar-lhes uma Teologia e estudos sociais reais são as únicas formas de torná-los filósofos, desenvolvendo tanto as reflexões como os ideais religiosos, ou seja, em seres educados.
"Em resumo, Émile tem todas as virtudes que o afetam. Para ter também as virtudes sociais, precisa apenas conhecer as relações que as tornam necessárias, e sua mente está pronta a receber esse conhecimento."
Entretanto, sabe-se que as falhas do seu sistema são óbvios. Ele restringia o papel do professor, dando um papel secundário. Também menosprezava o poder da razão, pois a partir dela podia-se perverter as qualidades morais e sociais humanas.

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