II - Johann Herbart
- Maurício Mafra
- 10 de nov. de 2017
- 3 min de leitura
O intuito deste texto está em apresentar os mais variados pensadores da educação para que haja discussões efetiva sobre o tema. A primeira publicação dessa série foi sobre Ivan Illich com idéias anárquicas sobre a educação, comentário retirado do livro Sociedade sem Escola, escrito pelo mesmo. Agora exibo Johann Herbart (1776-1841), comentado no livro História do Pensamento Educacional.
Johann Herbart é o líder do pensamento realista da educação. Esse movimento passa-se pelo estudo das artes, porém ele se estende por todas as áreas do conhecimento, incluindo a educação. Desta forma o autor se opõe ao romantismo, pois achava que as expressões emotivas e a idealização do Eu na educação não eram o caminho correto. Para contornar esse obstáculo a educação se baseia em fazer mais presente o autocontrole da razão na emoção, paixões e desejos. Sendo assim o primeiro passo será a formação docente onde evitar os extremos seria a norma, seguindo uma visão mais aristotélica. A liberdade e autoridade deviam combinar-se:
"O homem, a partir de sua juventude, deve aceitar restrições voluntariamente, especialmente porque tem de viver uma vida em comunidade. Portanto, em primeiro lugar: as crianças devem aprender a obedecer. Sua exuberância natural deve encontrar resistência suficiente para impedir injúrias."
"Apesar de certa severidade em vossa orientação, levai as crianças a uma situação que lhes agrade e que as convide a serem livres e confiantes."
Segundo Herbart a formação do discente será afetada pelo docente. Portanto as instruções dos profissionais consistem em uma busca mais profunda da verdade, ou seja, descobrir a realidade. Essa busca só é possível com a formação do caráter, ou seja, da moral e da ética, e não apenas uma busca por erudição.
Por ser realista acreditava mais na prática do que na teoria, imputando em suas idéias visões mais experimentais. Retirou a psicologia da metafísica. Para Herbart a mente humana é um campo de batalha de idéias, e quando uma idéia perde ela jaz no subconsciente. Sendo assim não existe qualquer criatividade revolucionária, o que existe são as assimilações e a síntese de mais alta ordem para que haja o processo criativo.
Os métodos de instrução tando do aluno quanto do professor precisa conter quatro estágios: 1) Ser concreta. 2) Ser contínua. 3) Ser enobrecedora. 4) Ter aplicação à vida. Logo serão necessários obter o passo a passo, sendo então formalizado cinco seguimentos: 1) Preparação: onde cria-se o ambiente para o desenvolvimento de idéias. 2) Apresentação: Trazer imagens e lições o mais próximo da criança possível, para torná-las mais concretas. 3) Associação: Destacar os pontos similares e distintos entre idéias antigas e novas. 4) Generalização: simplificação qualitativa. 5) Aplicação: tornar o que foi aprendido e apreendido na sala algo que possamos utilizar no dia-a-dia.
"É necessário combinarem-se métodos exatos de raciocínio e autocrítica ao entusiasmo que pode ser transmitido ao aluno sensível, utilizando-se meios como a religião e história."
Portanto Herbart criou uma técnica criativa de ensino em sala de aula, além de demostrar que a metodologia tem importância para a instrução e ligou a educação a Ética, logrando um ponto de vista mais neutro/equilibrado sobre educação.
Seu maior crítico, Jhon Dewey, alega que ele menospreza a importância do sentimento, pois dá maior relevância aos processos racionais e esquece o papel do impulso. Para este crítico a educação não tem qualquer objetivo externo, ela é apenas a reconstrução constante da experiência. Para Herbart a educação tem um objetivo moral, que deve ser determinado pela experiência histórica, à luz dos mais profundos anseios espirituais do homem.

Ps: Há uma obra em domínio público deste autor que deixarei aqui.
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me4672.pdf
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