Homeschooling
- Maurício Mafra
- 17 de mar. de 2018
- 3 min de leitura
Que a educação brasileira está em um nível decadente ninguém pode negar. É de conhecimento público que o Brasil ocupa os últimos lugares em todos os testes internacionais, mas um novo estudo publicado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) com dados do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) chega a seguinte conclusão, caso continuemos com essa educação nossos alunos demorarão 260 anos para ter um nível bom de leitura e 70 anos para contar razoavelmente bem, seria cômico se não fosse trágico. Todavia, aos trancos e barrancos, uma luz no fim do túnel começa a surgir. Espero que não seja aquele momento de lucidez pouco antes da morte.
Mas vamos falar dessa luz no fim do túnel, pois se faz necessário apresentar soluções ante aos desafios e não apenas praguejá-los. Uma solução real e concreta será deixar os pais educarem seus filhos em casa, ou seja, praticar o homeschooling.
O homeschooling é uma atividade comum nos países desenvolvidos e democráticos, pois uma variável da liberdade é poder educar sua própria descendência. Essa atividade consiste em uma educação livre de conceitos estabelecidos pelo governo, é feita pelos pais ou por tutores escolhidos por eles. A educação em casa não se limita à residência e sim ao modos operandi do ensino, podendo ser administrado em museus, parques, bosques, concertos, viagens, bibliotecas, etc., todo e qualquer lugar, inclusive na escola padrão, sendo essa última recorrida apenas em último caso. A diferença fundamental é que o homeschooling é uma educação livre, liberal, enquanto a escola como a conhecemos pode ser, na melhor das hipóteses, uma escola fordista, mas facilmente confundida com uma escola totalitária.
Aplicá-la não será uma revolução educacional, será sim trazer uma educação genuína. Ela é o verdadeiro espírito de educação democrática, pois preserva os interesses pessoais dos pais, tutores e alunos. Não obstante, um país continental como o nosso faz-se necessário uma educação mais centrada no indivíduo do que na coletividade, pois somos detentores de uma vasta diversidade cultural. O papel do homeschooling nesse conjunto é de trazer um contraponto de pensamento, fortalecendo o debate e, consequentemente, a democracia. Aos poucos ele dará aos acadêmicos novas perspectivas de pensamento, novas técnicas, abordagens, material, didática, etc. Portanto essa questão vai além da abordagem educacional, ela versa sobre as liberdades democráticas como a livre associação, liberdade de agir e pensar.
O movimento não surge de um grupo ativista que querem tirar seus filhos de uma doutrinação dadas nas escolas ou por grupos que querem mudar a mentalidade das massas, ela surge sim por uma busca sincera pela liberdade. Muitos já vislumbram no fim do túnel essa luz ou já o alcançaram. Assim como no mito da caverna esses seres voltam e contam aos que só vêem as sombras na tentativa de mostrá-los o mundo real. Vós que lestes este pequeno artigo talvez já vislumbre essa luz, e uma vez vista se faz necessário correr atrás dela, ao sair se faz caminho da volta para resgatar outros mais.
Concluo que a prática do homeschooling é o alicerce no qual fundamentará nossa melhora de educação e para alcançá-la basta mostrar ao público leigo como uma alternativa. Minha função aqui é demonstrar que pode-se sim melhorar e há alternativas viáveis, o homeschooling é a mais viável sem modificar nossas leis, mas existem modificações mais rigorosas e custosas.

PS: Algumas alternativas eu devo ter deixado implícito em outras publicações, mas tentarei ao menos deixar mais explícito em novas publicações.
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