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Ensaios sobre o futuro da educação - Curriculum

  • Foto do escritor: Maurício Mafra
    Maurício Mafra
  • 8 de set. de 2017
  • 4 min de leitura

Um tema de extrema importância para o futuro da educação é o curriculum. O que se pode observar sobre este tema que é, de uma forma ou de outra, sempre modificada pelos estudiosos, o que o deixa sendo um dos principais focos de disputas acadêmicas sobre a educação. Então o que é necessariamente um currículo?Quais são suas principais funções? Existem muitas variações de currículo? O porquê dele ser tão importante? Como saber quando um currículo é bom ou não? Essas são algumas perguntas que este ensaio tentará responder de forma sucinta.

O currículo são os conteúdos que os alunos devem aprender em um determinado período de tempo, geralmente dividido em gradações de dificuldade, onde vai-se aumentando o nível ao longo do tempo. Ele compreende a totalidade mínima que o aluno deve aprender saber os próximos assuntos que, teoricamente, são mais difíceis. Sendo esse mínimo a complexidade na determinação de um bom currículo estudantil, já que depende da metodologia aplicada, o que se espera do estudante, o que é aceitado no ambiente acadêmico, entrou muitos outros fatores.

Sua função é determinar os conteúdos necessários tanto para um bom aprendizado, como os fundamentos que o aluno deve saber para que ale atinja um nível de sabedoria e passe para outro nível, ou consiga algum cargo, etc. Além disso há o fator metodológico, onde determinada metodologia não se encaixa com determinado currículo, levando portanto os educadores fazendo escolhas prévias de um ou de outro, e depois encaixando-os. Dessa forma o mesmo apresenta papel duplo na educação, já que ele ou influenciará outro tema de fundamental importância ou será influenciado.

A grosso modo pode-se classificar o currículo quanto a sua extensão, quanto a suas divisões e quanto as suas aplicações. Com relação a extensão, tem-se um currículo grande, médio ou curto, e isso tem a ver com o que o aluno deve aprende, se são muitos assuntos ou poucos. As divisões podem ser heterogêneas ou homogêneas, como um tema apenas ou vários temas, levando em conta que isso é um espectro, e que ele caminhará de um lado à outro. Suas aplicações tem a ver com o que se espera aplicando tal currículo ao aprendiz. Todos esses fatores são importantes para defini-lo como bom ou ruim, tomando conta de se ele for muito denso e cansativo o aluno não se interessará, se for muito vago o aluno não se esforçará para aprendê-lo e não ficará interessado da mesma forma, se ele pretende obter um determinado objetivo especifico ou se ele quer apenas informar de modo geral.

Há muitas variações nos currículos, comparado os que estão em uso no Brasil e mesmo o que já não estão mais em uso. Destaca-se as divisões curriculares dos cursos universitários, onde determinados cursos possuem mais aulas de "campo", outros mais de laboratórios, outros mais práticos, enfim, há uma grande diversidade nas universidades, há diferenças também de um ensino para outro, como do ensino médio para o fundamental, onde as matérias de ciências naturais são subdivididas no ensino médio e mais agrupadas no ensino fundamental, também há as diferenças curriculares dos cursinhos. Com relação aos usados e os não usados temos os currículos mais "modernos" desenvolvidos, principalmente, depois da revolução industrial, no qual precisava-se de muitas pessoas com conhecimento, então os currículos mais voltados as áreas de conhecimento humano foram deixadas de lado para por aquele mais voltado aos conhecimentos das ciências. Então há uma ruptura nos currículos nessa época, onde fica claro que a educação deixa de ser educação e passa a ser ensino. Temos então o principal expoente da educação ocidental que é o currículo das artes liberais, amplamente discutido neste blog, e os mais modernos, como os tecnicistas e positivista, voltados aos ensinos técnico-científico e aos estudos sociais respectivamente.

O currículo é importante, pois o estudante terá que passar por ele caso queira ter os avais da sociedade para fazer determinada coisa de seu interesse. Contudo nessa atual sociedade onde um diploma ou certificado vale mais do que o aprendizado isso se torna quase irrelevante, de tal maneira que o currículo vai perdendo suas qualidade pouco a pouco, e ao longo do tempo a educação realmente cai a níveis impossíveis para uma sociedade moderna, vide o Brasil. Como já foi dito, se um currículo for bom ele fará com que o aluno queira saber do assunto e não do diploma, se for chato ele só quer o diploma e o aprendizado fica no segundo plano, se isso acontece qualquer mente medíocre conseguirá ter um diploma, até de médico, engenheiro, advogado, teólogo, etc., e se qualquer um pode fazer isso só pode ser duas coisas, ou a sociedade está avançada demais ou ela não sabe o que está fazendo, e analisando a atual conjuntura brasileira a primeira alternativa é errada. Então para que haja educação primeiro tem que haver uma comunhão entre currículo e método, de tal maneira que sem um o outro irá perde sua base. E se provará em ensaios posteriores que o problema da educação brasileira é esses dois componentes fundamentais.

Para saber se um currículo é bom ou ruim não é tarefa fácil, mas não impossível. Para saber se qualquer coisa é boa ou ruim é necessário compará-la com alguma outra coisa, temos as comparações históricas e as contemporâneas, as históricas será preciso avaliar os desempenhos dos alunos perante os mesmo procedimentos, por exemplo, pode-se comparar o currículo das artes liberais do Trivium e Quadrivium com os atuais, onde em todos os locais onde foi imposta as artes liberais saíram pessoas mais instruídas, vide o império brasileiro, que adotou partes da educação liberal e foi uma época de ouro para nossa literatura, arquitetura, artes em geral, e onde ganhávamos fama entre outros países. Já as comparações contemporâneas, por exemplo, só se ensina, no Brasil, o chamado cálculo avançado ou cálculo diferencial-integral nos ensinos superiores enquanto que nos países asiáticos se dá no ensino médio, isso já é uma deficiência do currículo brasileiro.

É difícil a diferenciação entre um currículo e outro pela sua alta interação com o método, e por isso mesmo ele se torna uma peça chave para o quebra cabeça de uma boa educação, mas apesar das dificuldades é preciso ter em mente sua fundamentação e sua orientação para com o estudante, o que ele espera com o estudo e o que a sociedade espera de um estudante formado com aquelas diretrizes.

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Trabalho realizado por iniciativa própria.  2017

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