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Trivium - 02

  • Foto do escritor: Maurício Mafra
    Maurício Mafra
  • 5 de jun. de 2017
  • 5 min de leitura

Dando continuidade ao estudo Trivium, no qual buscaremos fazer considerações gerais sobre o tema, e logo após iremos aprofundar o estudo da linguagem, que é a base de qualquer estudo.

Temos dois campos de estudos, os estudos teóricos e práticos. Teóricos é a busca de apenas conhecer, sem influenciar os fatos, já os estudos práticos busca regular, ajustar segundo uma norma ou padrão, ou seja, um estudo normativo. Para exemplificar, os estudos teóricos seria o estudo da gravidade, no qual não podemos influencia-la, e prático seria o estudo da ética, no qual estudamos para dar um sentido ao assunto estudado.

Então as artes da linguagem são estudos normativos, ou práticos, em sua grande maioria, sendo um estudo da correlação entre a fonética e ortografia, bem como suas correções dado um padrão escolhido. Também sobre a eficácia, representada pela retórica, e a verdade pela lógica. Cada uma dessas formas práticas deve ser estudada de forma a apresentar uma maior eficiência, e assim, construir uma base sólida para os estudos práticos ou teóricos vindouros.

Não é simplesmente normativo o estudo da linguagem, pois algumas coisas são inalteráveis. Por exemplo, o tempo verbal Indicativo, vária de concepção de uma língua para outra, mudanças essas refletidas nos tempos verbais, mas o indicativo mesmo sempre será a amostra da ação, isso não pode ser alterado, da mesma forma que o tempo Imperativo sempre indicará ordem, ou seja, mesmo que varie de uma língua para outra os tempos verbais, suas regências, suas estruturas e sua morfologia, o tempo Imperativo será designado para indicações de Ordem, enquanto que o indicativo será de indicar uma Ação. São por essas mesmas razões que se podem traduzir um documento de uma língua para outra, pois a estrutura base não pode ser alterada, dito de outra forma, partes de todos os idiomas tem um fundamento básico, que de um idioma para outro podem se inter-relacionar, sendo esses instrumentos mais básicos e assim são os mais necessários para se aprender nos estudos da lingüagem.

Essas divisões são importantes, pois conhecendo cada uma delas pode-se compreender uma infinidade de textos, tendo como base uma língua, chamada, carinhosamente, de língua mãe. De acordo com o Trivium, o próprio intelecto possui divisões, ou como ele chama, cinco virtudes intelectuais, sendo elas três teóricas e duas práticas. As teóricas seriam a compreensão, que é captar intuitivamente os princípios primeiros, a ciência, que é o conhecimento das causas prováveis, e a sabedoria, que é o conhecimentos das causas fundamentais. As práticas seriam a prudência, que é o raciocínio com relação às ações, e a arte, que é o raciocínio com relação à produção.

Então, quais são as funções da linguagem? São três, sendo elas a comunicação do pensamento, desejo e emoção. Tanto os homens como alguns animais podem se comunicar, mas somente o seres humanos podem proferir sons que se unem e expressam algum pensamento, pois dentre todos os animais somos os únicos que têm o poder de raciocinar. Contudo, tanto os homens e animais podem comunicar emoções e desejos, isso se dá pelo que chamamos Interjeições, gritos ou exclamações que variam de acordo com os sentimentos e sensações, um leão que ruge para espantar seus adversários, mesmo uma criança que chora pedindo comida, como um cão que late para intrusos ou pedindo comida, nesse ultimo caso o que varia é a forma de como se late, mas continua sendo um latido. Sendo assim, nunca podemos unir os gritos dos animais a forma frases, elas são meras Interjeições, o que pode ocorrer até com nós humanos. Mas devido a natureza do homem, que são racionais, temos algo a dizer, somos sociais, então temos para quem dizer, e somo animais, portanto, precisamos de um meio físico para comunicar ideias.

Com tudo isso temos os modos de comunicação, ou a arte de comunicar, onde há somente duas formas possíveis, que seria através da imitação ou por símbolo. A imitação é mais simples, pois representamos aquilo que queremos representar apenas imitando sua forma concreta, isso se da pelo uso da pintura, fotografia, gestos, escultura, ou seja, para representar uma ação rejeição poderemos gesticular com o ato de empurrar com as mãos, ou para representar um cavalo, desenha-se um cavalo. Um exemplo claro são as pinturas rupestres, ou gestos do dia a dia, como uma mão balançando podendo representar um "até logo". O nome para essa representação de algo que se assemelha o concreto é retrato pictórico, e apesar de ser um meio de comunicação bem clara, ela é muito limitada, pois imagina a escrita de um artigo contendo apenas escrita pictórica, contudo dentro de certos limites, essa comunicação é bem eficaz. Já o símbolo é um signo cujo significado é imposto a ele por convenção. Este signo é percebido pelos sentido, logo ele é um signo sensível, e todo signo tem um significado, quer pela natureza quer por convenção, por exemplo, a nuvem é um signo a partir da natureza, já a luz verde de um semáforo é a partir da convenção. Os símbolos podem ser temporários ou permanentes, sinais adotados por uma equipe de algum esporte ou uma senha para entrar em postos militares, são temporários, já os permanentes são os hieróglifos, bandeiras, números. Exceto as palavras onomatopeicas, zumzum, chuá, etc, são símbolos. Não podemos menosprezar a herança dos símbolos e subestimar a sua conveniência, pois elas formam a base de todo o sistema atual, e menosprezar a base é arriscar as estruturas superiores. Mas isso é assunto para outra texto.

Os símbolos podem ser especiais ou comuns. Os especiais são aqueles concebidos por especialistas para expressar com precisão as ideias em algum campo do conhecimento, por exemplo a matemática, formulas físicas, música, etc, com esse caráter elas não possuem ambigüidade Esse tipo de linguagem não precisa de tradução e são internacionais, ou seja, são entendidas por pessoas em todas as nacionalidades. Os comuns são as palavras de cada língua, ela é mais adequada que as línguas especiais, ainda que sejam menos precisa e ambígüa, no sentido em que cada palavra pode ter dois ou mais significados, é justo nessa ambigüidade que nasce as artes literárias. Podemos mencionar duas tentativas de oferecer uma língua comum a todas a nações. O Esperanto e o Basic English. A língua pode ser nativa ou estrangeira, de acordo com o local, morta ou viva, de acordo com o uso. As línguas mortas, como o latim, já foram línguas vivas, por isso deve ser aproveitada de formas especiais, já que por ela ser morta não irá sofrer alterações de interpretações, como a língua viva, e por essa razão ela é usada em textos da doutrina, liturgia ou nomenclatura científica, etc. "De acordo com os modos de expressões, uma língua comum pode ser um sistema de símbolos falados ou de outros signos", onde a língua escrita é a substituição dos símbolos originais da língua falada, o substituto mais importante e o único entendio de forma generalizada, temos outros substitutos, Braile, código Morse, etc.

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Trabalho realizado por iniciativa própria.  2017

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