Programação humana

Depois de um ano e alguns meses volto a escrever no blog, nada mais gratificante para mim, um dos poucos leitores de minhas obras. De todo modo é engraçado como algo tão bom como revelar nosso pensamento à nós mesmo e a outrem não faz tanto sentido no meio educacional. Deveria ser o hábito para os acadêmicos de forma geral escreverem ou gravassem em outro tipo de mídia suas maquinações, mesmo que maquiavélicas.

De certa forma estamos constantemente, desde a revolução francesa, sendo programados para não pensarmos por nós mesmo, e isso acaba refletindo na nossa não vontade de repassarmos o que aprendemos, pois, no final das contas, todos aprendem as mesmas coisas, somos só é mais uma gota no oceano... Mas cá estou eu para fazer você repensar sua própria programação.

Para provar a você como algumas coisas sutis desde a revolução francesa causa em nós uma profunda dependência de outros, ou seja, não pensarmos por nós mesmo, vou lhes dar um exemplo simples, a medição de objetos ou distâncias. Antes da revolução o sistema de medição era o Imperial, onde o ser humano era a base da medição, media-se em polegadas, jardas, pés, etc., depois da revolução passamos a adotar a medição no sistema Métrico. No sistema métrico alguém determinou um modelo a ser seguido e nós usamos obrigatoriamente ele. Vejamos algumas mudanças radicais na mentalidade dessa revolução.

Ao medir uma coisa simples, a bitola de um cano, nós medimos em polegadas, isso implica que usamos medidas que qualquer um pode acessar, pois um objeto como esse é de acesso comum, logo qualquer pessoa pode facilmente conferir se aquilo está correto ou não, um cano com uma bitola de uma polegada ou uma polegada e meia, etc. Agora vamos medir uma casa, nós medimos em metros, talvez centímetros, agora faça uma experiência, tente em um caderno sem pauta medir um centímetro, ou mesmo pegar um fio e medir um metro, depois confere e me diz se acertou. Se sim, você é alguém especial com uma visão além do alcance, se não conseguiu bem vindo ao clube.

Essa pequena amostra nos apresenta a seguinte situação, nós dependemos de um órgão para nos dizer o quanto vale as coisas, nós não podemos fazer nossas próprias medições. Imagine que um governo autoritário chega e muda o tamanho do metro para menos, por exemplo, o novo metro é 2 centímetros menor que o antigo, e sua casa que antes media 20 metros de comprimento agora é maior numericamente. O imposto sobre imóveis é proporcional ao tamanho da casa, só com uma medida levemente sutil poderemos pagar bem caro, ou mesmo ser confiscado parte do nosso terreno, até mesmo as empresas e as fábricas precisarão adaptar todo seu maquinário para se adequar as normas impostas pela pequena mudança.

Para resumir bem a programação humana, nós estamos sendo programados para depender cada vez mais daqueles que nos controlam. Não podemos mais definir nem mesmo nosso sistema de medição, quiça definirmos os parâmetros da nossa educação. Não podemos escolher como educar e o que educar, nem empregamos pela competência, mas sim pelos títulos que nos são dados caso aceitemos a programação, um recompensa por deixar de ser menos humano. Escrever aquilos que pensamos ou fazemos em um diário uma parte da linha do código se apaga e a vida brota, pois a essência humana está aí, na perpetuação do intelecto e das experiências. Ao protestar contra a programação a exclusão será um fato, mas é um preço baixo para tornar-se filho do homem.